O RH não é mais o mesmo. Isso coloca a área em ênfase e no lugar tão desejado: A estratégia.
Automação, inteligência artificial, ferramentas e indicadores são palavras cada vez mais comuns nas áreas de Gente e Gestão das organizações.
Para explicar um pouco mais sobre esse empoderamento das áreas de RH por meio dessas inovações, entrevistamos Bruna Guimarães, COO e Co-Fundadora da Gupy, o software de recrutamento e seleção preferido pelas grandes empresas do Brasil
Viaflow: Bruna, há pouco mais de 10 anos o Marketing passou por uma grande transformação, se reinventou e isso trouxe um posicionamento estratégico e vital para os negócios. Você acredita que a evolução das formas de trabalhar e a adoção de novas tecnologias são relevantes para uma área que tem como foco as pessoas?
Bruna Guimarães: Sabemos que mais de 50% das tarefas administrativas, já podem ser automatizadas.
Também sabemos, na prática, que encerramos todos os dias com uma lista de coisas a fazer. Diariamente, participamos de alguma ação com nosso gestor, realizamos algum evento, lideramos algum treinamento e o operacional acaba tomando muito tempo. Tempo esse que deveria ser investido em capacitação do time, inovação da área, redesenho de processos já obsoletos, como por exemplo o Onboarding, nas organizações. Ele, o onboarding, agora deixa de ser presencial e várias perguntas surgem: como geramos o mesmo impacto? Como trabalhar a estratégia de manter o título de Great Place to Work estando cada um na sua casa? Como engajar as pessoas? Como entender se o time está bem? Entre essas e outras necessidades que esse novo normal nos trouxe, não conseguimos focar em função do trabalho manual.
Acredito que sim, essa revolução e reinvenção do Marketing colocou a área em posição estratégica, pois ele precisou lidar com dados e extrair informações para redefinir sua forma de funcionar e ter sucesso. Não dá mais para simplesmente copiar e colar. Tudo isso mudou e o empoderamento do Marketing com BI, com Analytics e todas essas ferramentas e métricas auxiliou sem dúvida uma contribuição direta com negócio…
O RH também precisa se adaptar. Entender que cuidar das pessoas é estar disponível para elas. É investir tempo no cuidado, no apoio, no mapeamento das novas necessidades que surgem com toda a mudança que aconteceu.
Adotar novas tecnologias, na minha visão, é fundamental para a sobrevivência do RH. Mais do que nunca, vemos movimentos de heads e executivos de RH que vieram de áreas de negócios e estão revolucionando a estratégia da área de RH, porque estão aplicando na prática o Customer Centric. E quem é esse cliente? Os colaboradores. Eles no centro, as ações bem direcionadas, resultados medidos e devidamente alcançados.
Desde a revolução na forma de atrair talentos, com soluções que visam apoiar as decisões de encontrar as pessoas certas para as posições, passando por oferecer uma contratação fluida, livre de burocracias e com interação instantânea para atendimento aos colaboradores. Dá para imaginar sua caixa de e-mail sem milhares de dúvidas sobre período de férias, licenças e folgas… tudo isso pode ser automatizado!
Viaflow: Inteligência artificial e automação geram mais eficiência e já resolvem grande parte operacional e manual das atividades humanas. Você acha que isso ameaça de alguma forma as estratégias e a existência do RH?
Bruna Guimarães: A tecnologia não é inimiga do RH. Ela é uma aliada.
Também acredito que a tecnologia por si só não é mais diferencial para nenhuma empresa. O diferencial são as pessoas que tem um growth mindset.
Pensar que o RH é fazedor de planilha é invalidar toda contribuição e potencial que possuímos para mudar a realidade das organizações.
O que não podemos é deixar de participar da estratégia porque temos algum relatório ou planilha para preencher.
Eu acredito que o que pode ser automatizado PRECISA SER, pois só então teremos tempo e condições de investir em inovação de nossas entregas como um trabalho de qualidade na ação de engajamento com os colaboradores …
A Inteligência Artificial ajudará cada vez mais a humanizar o papel dos RHs dentro das organizações.
Viaflow: Falando em RPA, como você enxerga o encontro do trabalhador virtual com o humano? É possível conciliar? Como você vê benefícios e ganhos nessa “parceria”?
Bruna Guimarães: Quem não termina o dia com lista de coisas pra fazer pela metade? Porque não deu tempo de concluir… Nós já somos híbridos, já não funcionamos mais sem tecnologia.
A Automação vem e aporta valor, minimiza erros, potencializa produtividade e como mencionei acima, nos deixa mais humanos.
Viaflow: Naturalmente existe, em função do momento, uma sobrecarga de todos os colaboradores do RH e, como consequência, “um estado de alerta constante”, muita informação, muitas mudanças em relação a normas e regulamentação do trabalho. Na sua visão como a tecnologia pode nos ajudar nesse cenário?
Bruna Guimarães: Como comentamos, a tecnologia vem como meio de transformar a forma com que nos relacionamos com nossos atividades e áreas.
Automatizando operações, sobra mais tempo para nos preocuparmos com fatores importantes, como produtividade, qualidade de vida e estratégias inovadoras para atingir mais parceiros.
As relações também são transformadas, e o trabalho se torna uma ferramenta social de aprendizado e desenvolvimento, tanto intelectual, como pessoal. A partir disso, um novo papel para o colaborador passa a se delinear no universo corporativo, modificando toda uma rede formada pelo trabalho.
Viaflow: Quais características os líderes das áreas de RH precisam desenvolver para que, assim como a transformação veio e revolucionou o marketing, o RH também se transforme e ganhe um papel cada vez mais inovador e estratégico?
Bruna Guimarães: Resiliência, adaptabilidade, agilidade, capacidade de execução, mentalidade inovadora e, uma de minhas preferidas, humildade intelectual. As verdades estão envelhecendo muito rápido e precisamos ter a capacidade de desaprender e reaprender. Só assim vamos conseguir puxar e engajar nosso time, identificar oportunidades e gargalos rápido e evitar a miopia na visão que temos de como é o impacto que a área de RH tem nas organizações.
Viaflow: Baseado em sua experiência empreendendo num mercado que tem como finalidade pessoas, que a princípio é algo intangível, que tipo de conselho você daria para pessoas que estão buscando se destacar como intraempreendedoras dentro do RH e precisam de um empurrãozinho?
Bruna Guimarães: Não desista. Comece pequeno, na sua área e, aos poucos, ganhe espaço e engaje outras pessoas a ter atitude empreendedora também.
Geralmente os intraempreendedores desenvolvem algumas habilidades interessantes ao longo do tempo, principalmente em culturas que tem um growth mindset.
>> uma inquietação contínua;
>> a capacidade de motivar o time e envolver a equipe em torno de um objetivo;
>> um trabalho centrado no cliente;
>> a atuação voltada para o macro — e não para benefícios próprios;
>> uma experiência prática, com conhecimentos de tarefas operacionais;
>> a capacidade de tomar decisões rápidas e estratégicas;
>> o equilíbrio para reconhecer a hora de seguir outro caminho.
Parece simples, mas dentro de alguma organização o simples fato de você ter esta mentalidade já te faz pensar e agir de forma diferente, já te possibilita propor novas ofertas ou soluções para processos que podem ser aprimorados e explorar avanços tecnológicos que irão evoluir o seu negócio
Intraempreendedorismo é a prática de aplicar a ousadia, de ser corajoso e não ter medo de errar, dentro de uma empresa.
Para saber mais detalhes sobre como a tecnologia pode ajudar os times de RH, conheça o Zillion RPA.