No cenário empresarial contemporâneo, o design transcende a simples criação de produtos ou soluções visuais. Ele se estabelece como uma força motriz na estruturação de estratégias, na entrega de serviços e na interação com clientes. Três abordagens se destacam: o Design Estratégico, o Design de Serviços e o UX (User Experience). Embora distintos, esses enfoques se complementam e são essenciais para o desenvolvimento e sucesso de qualquer organização.
O Design Estratégico é o alicerce sobre o qual as empresas constroem seu futuro; ele abrange o planejamento macro e a definição de direções. Além disso, desempenha um papel importante ao ajudar as pessoas a refletirem sobre como podem fazer diferente aquilo que fazem hoje. Muitas vezes, as atividades realizadas dentro de uma empresa estão desconectadas de uma visão estratégica maior. Assim, o design auxilia a trazer essa clareza, alinhando o trabalho diário a um contexto corporativo e estratégico mais amplo.
É nessa abordagem que surgem reflexões e alinhamentos. Quando não há uma problemática clara, o design auxilia na identificação de oportunidades, promovendo conexões entre diferentes áreas. Ele parte de um problema e abre perspectivas de possibilidades e resolução, colaborando para uma mudança de mentalidade e tirando as pessoas do status quo. Mais do que resolver desafios, o design transforma esses desafios em oportunidades, seja ao repensar processos ou ao estruturar novas formas de atuação.
Enquanto o Design Estratégico define o “porquê” e o “o quê” das ações empresariais, o Design de Serviços projeta o “como”. Focado na criação e otimização de processos, sistemas e interações, ele assegura que todas as etapas da jornada do cliente sejam consistentes, eficientes e satisfatórias. A integração entre áreas promovida por esse trabalho elimina retrabalho, melhora a comunicação e torna os processos mais fluidos. Essa abordagem permite que cada colaborador compreenda como sua função específica impacta os resultados maiores da organização, contribuindo para uma maior colaboração e eficiência.
Por fim, o UX opera em um nível mais detalhado, concentrando-se na interação direta entre o usuário e os produtos ou sistemas da empresa. O objetivo aqui é garantir que essa interação seja, além de fluida, intuitiva e satisfatória. Em um ambiente digital competitivo, proporcionar uma experiência de usuário positiva pode ser um diferencial. Ferramentas como prototipagem, testes de usabilidade e mapeamento de jornadas do usuário refinam cada detalhe da experiência, garantindo uma interface intuitiva e eficiente.
Essas três abordagens de design, embora distintas, desempenham papéis complementares. O Design Estratégico fornece a visão e o direcionamento; o Design de Serviços transforma essa estratégia em uma experiência prática e operacional e o UX assegura que cada ponto de contato com o usuário seja positivo e eficaz. Juntas, essas práticas formam um ecossistema de design coeso, que não só atende às necessidades dos clientes, mas impulsiona a inovação e a competitividade dentro das organizações.
Adicionalmente, todo esse trabalho é orientado pela estratégia central da organização. É vital que o design esteja alinhado à visão de futuro e às diretrizes estratégicas definidas pela liderança. Seja pela ótica do cliente, da estratégia corporativa ou de princípios como sustentabilidade, o design atua como uma ferramenta poderosa para direcionar ações, promover a colaboração e criar soluções verdadeiramente transformadoras.
Por isso, é imprescindível trabalhar esses três tipos de design de maneira integrada e estratégica. Quando alinhados, eles criam uma solução completa, capaz de atender às necessidades dos clientes, otimizar processos internos e alcançar as metas organizacionais. Integrar o Design Estratégico, o Design de Serviços e o UX não é uma recomendação, é uma necessidade para empresas que buscam prosperar em um mercado cada vez mais competitivo e centrado no cliente.
Artigo escrito por Graziele Rossato, fundadora e CEO da Viaflow Design & Tecnologia e publicado pela Revista The President.
