Por que alguns projetos de hiperautomação dão errado?

Que tal começar esse texto explicando o que é hiperautomação? 

Hiperautomação é a combinação inteligente de diferentes tecnologias para otimizar e automatizar ações humanas e processos corporativos. 

Essa caixa de ferramenta pode ser composta por: captura inteligente de documentos, automação de processos e regras de negócio, integração de sistemas, repositório de documentos, mineração de dados de processos, design de soluções e chatbot. 

Mas com tantas tecnologias incríveis, por que esses projetos tão importantes algumas vezes dão errado? Em geral, quando questionamos clientes temos como resposta que o fornecedor não era bom ou que a tecnologia não era a adequada.  

A Viaflow entrega projetos dessa natureza desde sua fundação e, por experiência, posso garantir que não é bem assim. ? em sua maioria é porque esqueceram da parte principal: PESSOAS. 

Mas, vamos começar a nossa reflexão?  

1) Transformação não é apenas digital – achar que tecnologia é a salvação de todos os problemas é errado. A transformação de negócios passa por pessoas, processos e cultura corporativa. Lidar com essas variáveis não é fácil para nenhuma empresa, mas especialmente para fornecedores que entregam apenas tecnologia ou que não tem perfil de consultoria para apoiar o cliente nessa jornada considerando o consenso entre áreas, liderando times diversos, entendendo os interesses de cada um em prol do objetivo maior.

2) Desalinhamento com estratégia – os projetos de automação precisam estar alinhados com o planejamento estratégico da empresa, pois trazem importantes impactos operacionais, redução de perdas e custos significativos e apoia na governança de processos. Fundamental o alinhamento entre a área de negócio, tecnologia do cliente e fornecedor para o sucesso. Sabe aquela história de que “santo de casa não faz milagre”? Por isso que escolher um fornecedor parceiro e consultor é fundamental. Além disso, os C-levels precisam trabalhar de forma integrada, sem egos, pois são projetos que envolvem e beneficiam diferentes áreas.

3) Visão de jornada – a ansiedade em projetos como esse só atrapalha. A melhor prática realmente é começar pequeno, pensando grande e ser rápido. Grandes jornadas começam com pequenos passos, mas consistentes. Entregue o primeiro, meça os resultados e apresente para o board. Fundamental essa visibilidade, pois a economia do primeiro projeto pode viabilizar os demais e ajudar na conscientização de pessoas e departamentos que estavam mais resistentes. Importante escolher um embaixador corporativo para ser o porta voz interno dos benefícios desse trabalho.

4) Pensar na caixa – as pessoas têm o hábito de usar verdades do passado e aplicar no presente, mas pensamentos antigos e mesmas atitudes não geram transformação e nem preparam a empresa para o futuro. Além de que a mudança gera desconforto para a maioria dos profissionais e lidar com isso não é simples, especialmente nesse momento. Eis a importância da gestão de pessoas e desenvolvimento de lideranças para a maturidade e mudança de mindset corporativa. Há um custo de oportunidade muito grande para quem está aberto para se reinventar. Todo progresso acontece fora da zona de conforto.

5) Pressão por inovar – essa pressão pode paralisar as pessoas e o mindset de inovação corporativo. Em geral os times dizem ter pouco tempo para pensar e, levados pelas demandas do dia a dia, acabam fazendo o mesmo sem se questionar. Além disso, acabam construindo soluções pensando de dentro para fora e não de fora para dentro, ou seja, precisamos entender e conhecer o nosso público-alvo para inovar. Considera-se inovação quando somos capazes de fazer diferente algo existente ou resolver um problema real. Com ciclos corporativos cada vez mais curtos em função do turnover, poucos profissionais realmente se preocupam com entregas de médio e longo prazo, mas com entregáveis mais curtos, o que dificulta a inovação e grandes projetos de transformação.

6) Modelo de trabalho – por medo do novo, insegurança, falta de conhecimento, alguns departamentos ainda atuam orientados por tarefa, tendo grande parte das atividades na cabeça das pessoas. Crescer? Depende de gente e isso não é escalável e nem sustentável. Fazer mais com o mesmo time ou reduzir custos operacionais através da automação trazem a oportunidade de medição, tratamento de gargalos e muito mais resultado financeiro e de satisfação com a empresa. Não ter acesso a essas informações para que possamos transformar tarefas em processos fluídos, seja por não passar a informação correta por medo ou por não saber, fazem com que projetos não deem tão certo. Escolher as pessoas certas para fazerem parte da squad de projetos é estratégico para o sucesso.

7) Foco na tecnologia – sinceramente, a maioria das tecnologias disponíveis atendem bem a demanda das empresas. Existem diferentes preços e modelos de venda, mas escolher algo escalável, seguro e performático é fundamental. Importante ser preferencialmente por consumo, fácil de usar, com boa interface, pagamento mensal e fácil de “desligar” pois isso propicia e facilita a inovação de negócios e a experimentação. Tentar rápido, errar rápido e com baixo custo. Iniciar um projeto com um escopo muito grande ou sem definir entregáveis curtos acaba postergando a inovação e seu concorrente pode ganhar vantagem com nisso. Acreditem, vocês podem escolher o melhor software, mas se as pessoas não comprarem a ideia, o projeto não decola e nem perpetua. Por isso, priorizem as pessoas, a escolha de bons fornecedores e não apenas a tecnologia.

Algumas sugestões: 

ºA realidade do mercado mudou! Foque no cliente, nos seus colaboradores e não nos concorrentes, pois este estão cada vez mais difíceis de mapear.

ºTransforme sua área de pessoas em uma área de mudança de mindset e formação de lideranças para que a cultura seja de inovação.

ºContrate pessoas que complementem a sua equipe. Profissionais que resolvem problemas complexos, que são criativos e de boa comunicação são fundamentais para os times.

ºTrabalhe de forma integrada com as demais lideranças e alinhados com planejamento da companhia. Tenha capacidade de estabelecer pequenos entregáveis constantemente, acompanhar e medir a resposta de cada um deles e preparar o próximo passo consistente!

 

Espero que tenha gostado do texto. 

Divirta-se com a jornada!  

Welcome aboard! 

Por Graziele Rossato – CEO & Founder da Viaflow