Ygo Leite
CPTO Viaflow
Nos últimos meses, o debate sobre agentes e multiagentes de IA vem ganhando força no ecossistema tecnológico — e com razão. Estamos testemunhando uma transição importante: saímos da automação de tarefas para uma nova era de autonomia computacional, onde sistemas não apenas executam comandos, mas também tomam decisões, interagem entre si e evoluem com base em dados.
No artigo da Harvard Business Review, “How to Capitalize on Generative AI”, os autores reforçam que o verdadeiro diferencial da IA generativa está na reestruturação do trabalho, e não apenas em substituição de pessoas. Esse ponto é essencial para compreender o papel transformador dos agentes inteligentes.
Neste artigo, vamos explorar como as empresas podem extrair valor de negócio com agentes de IA, e apresentar um framework simples e prático para ajudar líderes a priorizar iniciativas com base em impacto real nos KPIs.
O que são agentes inteligentes e por que importam agora?
Agentes de IA são sistemas autônomos que recebem objetivos e atuam de forma independente para alcançá-los. Eles percebem o ambiente, aprendem com dados e tomam decisões. Quando orquestrados em ambientes multiagente, esses sistemas passam a colaborar, negociar e dividir tarefas — criando uma inteligência distribuída com potencial de transformar áreas inteiras de uma empresa.
Já vemos aplicações práticas surgindo:
- Finanças: agentes que auditam gastos em tempo real e propõem correções antes do fechamento mensal.
- RH: agentes que capturam percepções dos colaboradores e indicam ações corretivas personalizadas.
- Comercial: agentes que interagem com plataformas externas, negociam condições de venda e automatizam follow-ups.
Esses exemplos ilustram uma nova fronteira da hiperautomação, agora impulsionada por IA generativa e modelos cada vez mais sofisticados de tomada de decisão.
Framework VALOR: 5 passos para gerar impacto com agentes de IA
Para ajudar líderes a priorizarem onde e como investir em agentes e multiagentes, propomos o framework VALOR — uma sigla que estrutura a decisão com base em dados, KPIs e maturidade operacional.
V – Visão orientada por KPIs
Comece pelos objetivos. Quais indicadores você quer mover? Redução de CAC, aumento de LTV, NPS, margem operacional, tempo médio de atendimento?
O agente ideal é aquele que atua diretamente sobre um KPI relevante e mensurável.
A – Alvos de automação intencional
Identifique processos com alta frequência e impacto financeiro que ainda dependem de esforço humano excessivo.
Foque em áreas como atendimento, faturamento, compliance, supply chain, jurídico e onboarding de clientes.
L – Laços com dados
Agentes só geram valor quando conectados a fontes de dados consistentes. Avalie se há acesso estruturado a ERPs, CRMs, Data Lakes ou integrações com sistemas críticos.
Sem dados, o agente será apenas um robô mais caro.
O – Orquestração de agentes
Comece pequeno, com agentes únicos para tarefas específicas, mas com visão de escala. Com maturidade, evolua para estruturas multiagente, nas quais agentes colaboram, se especializam e aprendem juntos. Isso permite inteligência emergente com menos dependência humana.
R – Rendimento com feedback contínuo
Implemente métricas de desempenho (ex: SLA, acurácia, savings financeiros). Os agentes devem ser avaliados e ajustados com base em resultados reais, usando feedback humano e aprendizado supervisionado.
Por que agora?
Agentes não são um hype técnico. Eles são uma resposta concreta à crescente demanda por produtividade, agilidade e personalização. Se a IA generativa foi a faísca, os agentes são o motor que coloca a inteligência para trabalhar onde realmente importa: no core operacional do negócio.
Conclusão
O caminho para extrair valor com agentes passa por clareza estratégica, conexão com dados e uma governança robusta. Mas acima de tudo, passa por uma mentalidade orientada a resultado.
Em vez de se perguntar “qual tecnologia eu deveria usar?”, a pergunta-chave passa a ser:
“Qual indicador de negócio eu quero transformar — e como a IA pode me ajudar a chegar lá com mais eficiência e autonomia?”
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